Entrevista: MindMaze


Os MindMaze são uma das grandes promessas do metal atual. Numa altura em que as bandas com vocalistas femininas já não têm a popularidade que tiveram, a banda sediada na Pensilvânia apresenta uma sonoridade e identidade tão próprias que, por exemplo, lhes permitiu esgotarem a totalidade da primeira prensagem do seu primeiro álbum Mask Of Lies em pouco mais de um ano. Agora regressam, apoiados pela Inner Wound Recordings e com Back From The Edge e este foi o mote para uma conversa com o guitarrista Jeff Teets.

Olá Jeff, obrigado por esta entrevista! Quem são os MindMaze? Queres apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Olá, eu sou o Jeff dos MindMaze. Somos uma female-fronted power metal band de Allentown, PA, EUA. O nosso novo álbum Back From The Edge já está disponível através da Inner Wound Recordings. Eu sou o guitarrista e faço os backing vocals e alguns teclados em estúdio.

O mundo está cheio de female-fronted metal bands. Onde achas que vocês podem fazer a diferença em relação às outras bandas?
Embora existam muitas bandas com vocalistas femininas, não acho que haja muitas que se assemelhem a nós. Triosphere e os nossos colegas de editora Vandroya não são muito diferentes, mas em geral não há muitas bandas que abordem o aspeto vocal de forma limpa e poderosa, na veia de cantores como Russell Allen, Bruce Dickinson e Steve Walsh. O nosso som é um casamento de elementos metálicos tradicionais, energia e progressivo com algumas conotações com o hard rock, e de vez em quando qualquer coisa relacionada com o metal sinfónico.

O vosso novo álbum acabou de sair. Quais são as vossas expetativas?
Honestamente, as nossas expetativas são apenas poder ver o nosso reconhecimento em todo o mundo crescer um pouco mais do que tem sido até agora. Até agora, a Inner Wound tem feito um grande trabalho de divulgação do álbum tornando-o disponível em mais lugares do que jamais poderíamos ter de forma independente. Obviamente, espero que o álbum seja bem recebido e que as pessoas que ouviram o nosso álbum de estreia desfrutem igualmente deste, se não mais.

De que forma este novo álbum, Back From The Edge, marca a vossa evolução desde Mask Of Lies de 2013?
Todos nós na banda consideramos que o novo álbum é um grande passo em frente quando comparado com a nossa estreia, em quase todos os sentidos. Sentimos que as músicas estão um pouco melhor escritas - mais concisas quando necessário, mas também um pouco mais aventureiras e variadas quando a situação assim o exige. As nossas performances individuais são melhores e sinto que a produção e a mistura estão melhores. No geral, concordamos que é um disco mais coerente do que o nosso álbum de estreia.

Qual é a ligação entre os temas Destiny Calls de Mask Of Lies e Onward – Destiny Calls II de Back From The Edge?
Destiny Calls nunca foi uma grande canção orientada para a história. Foi mais uma espécie de peça épica divertida com um pouco do tema dos piratas na música e letras. Quando estávamos a trabalhar no material para o novo álbum, começamos a brincar com ideias que lembravam essa faixa. Por isso, pensamos que seria divertido poder revisitar alguns desses temas musicais, mas apresentar tudo sob uma nova luz, com letras que lidam mais com a forma como os piratas podem ir em frente com as suas vidas quando a diversão da aventura diminuiu. É definitivamente um par de músicas limpas - há muita subtileza mas também mais que óbvias referências ao original.

É excelente a forma como vocês misturam power, prog, melódico e até mesmo algum folk. De onde vem toda essa inspiração?
Honestamente, nunca há um esforço consciente para trazer elementos específicos. Eu sou um grande fã de todos os tipos de metal melódico, prog, power e tradicional e de hard rock, por isso acho que muitas dessas influências simplesmente se manifestam de formas diferentes ao longo do tempo. Gosto de fazer as coisas épicas com músicas mais longas e assinaturas de tempo estranhas, mas também gosto de escrever canções mais curtas, mais catchy. Não há, definitivamente, qualquer esforço consciente para incluir qualquer elemento folk. Acho que é apenas a comparticipação de Sarah a tocar flauta em algumas faixas do álbum.

Mike LePond é o vosso baixista nesta gravação. Ele irá convosco em tournée?
Mike tem tocado ao vivo connosco em imensos espetáculos no leste da Pensilvânia e Nova Jersey, mas devido a vários conflitos de agenda, é difícil para ele poder estar connosco quando tocamos a várias horas de distância de casa. O nosso antigo baixista Rich Pasqualone, que tocou baixo em metade de Mask Of Lies, toca em todos os shows que Mike não pode fazer. É, honestamente, um arranjo muito agradável para todos os envolvidos.

Para além de LePond, há uma forte lista de convidados a colaborar convosco neste álbum. Podes apresentá-los? Foi fácil entrar em contacto com todos eles?
Honestamente, todos os convidados envolvidos neste álbum são amigos nossos. Jens Johansson dos Stratovarius contribuiu com um solo de teclado na música Moment Of Flight, que foi muito fixe, pois ele é o meu teclista favorito. Conhecemo-nos numa festa há cerca de dois anos através de amigos em comum. Há uma variedade de guitarristas solo convidados: Matt Johnsen dos Pharaoh (The Machine Stops), Jeff Pouring dos Maverick Hunter (End Of Eternity) e Lord Tim dos Lord (Onward - Destiny Calls II). A dada altura pensei que aquelas secções de solo pediam um sentimento trade-off com um segundo guitarrista. Gostei tanto da ideia que me limitei, simplesmente, a pedir a alguns amigos que também são grandes músicos que preenchessem as lacunas. Chad Barnes dos Draekon também contribuiu com alguns backing vocals em algumas músicas no álbum. Todos eles são amigos e Chad e Jeff Verter até têm tocado ao vivo connosco.

Já agora, deixa-me dizer-te que o álbum tem uma grande capa! Quem foi o responsável?
Muito obrigado! Os créditos vão para Carl Andre Beckston, que foi conhecido pelo nome artístico de MONOWASP durante anos. Ele é conhecido por criar capas para outros nomes do prog/power e metal melódico, como Seventh Wonder, Brazen Abbot, Harem Scarem, Tomorrow’s Eve e Silent Call. Só tenho grandes coisas a dizer sobre ele quer como artista quer como pessoa - foi um prazer trabalhar com ele e também um sonho tornado realidade já que fã de longa data do seu trabalho.

A vossa estreia foi um lançamento independente, mas agora estão na Inner Wound Recordings. Como se deu esta ligação à editora sueca?
Foi um amigo que tem apoiado a banda e que tem feito muito trabalho para o Emil da Inner Wound que disse para lhe apresentarmos o álbum para apreciação e também ajudou a ser notado. Chegámos a conversar com algumas outras editoras e até nos ofereceram outros contratos, mas por uma razão ou por outra, simplesmente não se adequavam. A Inner Wound ofereceu-nos um contrato realmente justo que é benéfico para ambos e, até agora, tem sido um prazer trabalhar com eles.

Têm algum vídeo retirado deste álbum?
Até ao momento, não fizemos nenhum vídeo oficial, mas estamos a planear filmar e lançar um vídeo para a canção Dreamwalker no início de 2015.

Próximos projetos, como tours. Têm alguma coisa prevista?
Os concertos de 2014 estão mais ou menos feitos, mas temos planos para fazer o máximo possível em 2015. Estamos lentamente a juntar material para um eventual terceiro álbum, mas atuar ao vivo será a nossa principal preocupação. Por agora, queremos concentrar-nos em ir a mais regiões dos EUA, mas temos a ambição de tentar fazer uma tour internacional, logo que seja viável para nós. Fora isso, vamos tentar promovermo-nos a nós mesmos e estabelecer o nome e a música lá fora, tanto quanto possível.

Obrigado, Jeff! Foi um prazer conversar contigo. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado por despenderem tempo a ouvir a nossa música e um agradecimento ainda maior se gastaste dinheiro a apoiar o que fazemos. Mesmo com envolvimento de uma editora, ainda somos, mais ou menos, uma banda alimentada pela nossa base de fãs de uma maneira ou de outra. Estamos extremamente gratos a todos e cada um de vocês e não estaríamos aqui sem vocês. Obrigado!

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