Entrevista: OZ

Jorge Oliveira criou, ao longo dos anos, alguns temas de cariz eletrónico, experimental e ambiental. Mais tarde, com a adição de vozes e outros instrumentos nasceu o projeto OZ, uma ideia inovadora e enriquecedora do panorama musical nacional. Voyages é o primeiro resultado e surge como uma aposta da editora Ethereal Sound Works. O próprio Jorge Oliveira contou a Via Noturna como tudo nasceu e se desenvolveu.

Para começar podes falar um pouco das origens deste projeto? Inicialmente era algo diferente do atual, certo?
O projeto Oz nasce no computador onde ía registando ideias e esboços feitos com a ajuda dos sintetizadores e piano. Inicialmente eram apenas pequenos trechos que poderiam ou não dar origem a canções. Um dos responsáveis da Ethereal Sound Works esteve comigo no meu homestudio e e lançou o desafio de transformar esses temas num disco. O  desafio foi aceite e nasce assim o projeto OZ.

Em que fase da existência dos OZ decidiram que se deveria incluir outro tipo de instrumentos e vocais na sonoridade ambiental e eletrónica?
Quando se percebeu o potencial dos temas e vários amigos foram tomando contacto com eles as ideias surgiram naturalmente. O David foi preponderante, trouxe novas ideias e juntou-se de corpo e alma ao projeto. A maioria das letras surge nessa fase (2008/2009), também com a preciosa ajuda do Paulo.

Depois chegam a Voyages. Como descreverias este primeiro trabalho?
Este é um disco multicolorido, onde a criatividade dos músicos os levou a diferentes sabores e estilos musicais. Nesse aspeto a viagem, objetivo do projeto, foi bem sucedida e, apesar de vários contrastes acabamos por perceber no final que as ideias iniciais do Jorge (paisagens eletrónicas) são afinal o elo de ligação deste álbum e a razão desta viagem.

Este é, como dizes, um álbum que representa a viagem por diferentes mundos e sensibilidades. Também representa isso para os seus criadores?
Sem dúvida! Foi a diversidade dos seus executantes e mentores que deu este perfume variado a Voyages.

De facto, são audíveis diversas influências de diversos géneros musicais. Como é trabalhado esse campo de fusão no processo de escrita?
Tendo sempre presentes as ideias iniciais como base de partida foi sendo construída a viagem com liberdade para os seus participantes. Todos contribuíram com ideias e com isso o projeto foi sendo enriquecido.

Neste particular, o que mais saltará à vista é a participação de Valete MC e a vertente hip hop. Como surgiu essa possibilidade?
O Valete é um dos Rappers nacionais mais respeitados e quisemos ter esse sabor no álbum. Decidimos convidá-lo e felizmente acedeu sem reservas ao nosso convite. A sua participação deixa uma marca importante na viagem de OZ.

Também ocorre a junção de esforços com os parceiros de editora, Dark Wings Syndrome. Foi fácil esse trabalho conjunto?
O Jorge já admirava a voz do Barros e pediu à editora que intermediasse um contacto com ele para participar. Felizmente ele gostou do projeto e dos temas e nasceu aqui uma parceria que ainda está no seu início e irá dar mais frutos num futuro próximo....

Já agora, que outros convidados emprestam o seu talento ao longo de Voyages?
Temos a Elisabete Barros, Eliana Tavares e Sara Salazar nas vozes, o David M (Dark Wings Syndrome/Xícara), João Pedro Moreira nas flautas, o Pedro Vilhena esteve magnifico no tema L'Eau de Vie, por último, o Rui Ferreira deixou a sua marca de qualidade tanto na produção final do trabalho como na execução de varias partes instrumentais! Ainda contamos com uma excelente Remix do tema Karma Style pelo Nelson Freitas aka Dj FastMove.

Karma Style/Zenith é o primeiro single extraído do álbum. Que critérios presidiram à escolha destes temas? Se calhar Dor e Prazer seria mais “vendável”, não?
Os temas foram escolhidos para espelharem duas das várias faces do projeto. Talvez numa segunda fase venhamos a ter Dor e Prazer em destaque, fica em aberto o conceito do próximo single...

Vamos ter hipóteses de ver OZ e Voyages em palco nos próximos tempos?
Os OZ irão apresentar o seu album ao vivo já no próximo dia 17 de dezembro na discoteca Pedra do Couto em Santo Tirso. Fica aqui o convite para quem estiver curioso em ouvir um projeto com tantas caras a aparecer para a festa. Estamos a planear a agenda de concertos para 2012 já com algumas opções em carteira. Contamos no inicio do ano fazer ainda alguns showcases nas lojas Fnac para a divulgação do projeto e do álbum.

A terminar, que outras ideias estão em curso para o futuro mais próximo dos OZ?
O futuro próximo de OZ passa por dar a conhecer a sua música ao público. Nesse sentido iremos tentar efetuar vários concertos em vários locais para conseguir chegar a públicos variados. Entretanto estao sempre a surgir novas ideias para temas e a partir de 2013 poderemos decidir voltar a gravar. Entretanto pensamos em gravar vídeoclip para os dois temas do single e há ainda a possibilidade de ser editado em meados de 2012 um segundo single para Voyages.

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