Review: Aqua (Angra)

Aqua (Angra)
(2010, SPV/Steamhammer)

Quatro anos depois e com um novo baterista (o regresso de Ricardo Confessori para o lugar de Aquiles Priester), os Angra aí estão com mais um trabalho de superior qualidade. Desde a curta introdução Viderunt Te Aquae até ao final calmo, sinfónico e emotivo de Ashes, Aqua revela-se um trabalho completo, variado, portentoso e técnico. O power metal da escola europeia que os Angra sempre praticaram está cada vez mais impregnado de elementos progressivos que, em momentos os aproximam de uns Dream Theater. A isto, claro que se adiciona muita sensibilidade étnica e alguns apontamentos sinfónicos, como já é, aliás, habitual. E agora, em Aqua, com os elementos acústicos a surgirem com uma assinalável frequência e contribuindo para a riqueza estilística do álbum. Depois da já citada introdução, Arising Thunder é um tema típico para abrir as hostilidades: muito rápido, com uma potente secção rítmica, técnica exemplar, melodia cativante. Mas esta é só a abertura e não nos prepara para todo um desfilar de surpresas agradáveis que iremos escutar ao longo do disco. Isto porque logo de seguida, Awake From Darkness, se revela como um dos melhores momentos jamais criados pelo colectivo brasileiro: à mesma rapidez e potência da secção rítmica juntam-se agora elementos progressivos, um breakdown sinfónico de rara beleza e uma melodia soberba com os vocais altos e com o prolongamento das notas a mostrar-nos Edu Falaschi perfeito no domínio vocal. Ao quarto tema, Lease Of Life, a banda abranda para criar um excelente momento introspectivo liderado por um piano saltitante cruzado com um fantástico desempenho do baixo e da bateria. The Rage Of The Waters e Spirit Of The Air voltam a aumentar a carga das guitarras sem perder o brilho melódico e progressivo, assumindo-se como os temas mais ricos em termos instrumentais com muita variação e, no caso particular da segunda, com a inclusão brilhante de coros, dedilhados acústicos e violinos. Hollow é um dos mais fortes temas de Aqua, com um inicio quase thrash metal e que acaba, surpreendentemente para evoluir para um momento acústico. A Monster In Her Eyes é uma faixa com uma das mais belas melodias do disco e Weakness Of A Man enquadra todos os elementos referidos anteriormente numa caixa com forte tendência étnica e progressiva. O final faz-se em grande beleza com Ashes, uma semi balada vocalizada com muita emotividade e com uma melodia assombrosa. Acaba por ser o final mais que perfeito para aquele que deve ser considerado como um dos melhores álbuns dos Angra, senão mesmo o melhor da sua carreira.

Tracklist:
1. Viderunt Te Aquae
2. Arising Thunder
3. Awake From Darkness
4. Lease Of Life
5. The Rage Of The Waters
6. Spirit Of The Air
7. Hollow
8. A Monster In Her Eyes
9. Weakness Of A Man
10. Ashes

Lineup:
Edu Falaschi – vocais
Kiko Loureiro – guitarras
Rafael Bittencourt – guitarras
Felipe Andreoli – baixo
Ricardo Confessori – bateria

Internet:

Edição: SPV/Steamhammer

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